Fernando Almeida

A Comandante do 2º BPM, tenente coronel Patrícia Murussi Leite, afirmou na tarde de segunda-feira (11) que a Polícia Militar perde muito tempo nas ocorrências de trânsito,  que a criminalidade reduziu em Araguaína e que o Barra da Grota é uma fábrica de criminosos. Durante audiência sobre Segurança Pública na Câmara Municipal, ela apresentou dados referentes aos quatro primeiros meses de 2015, e os comparou ao mesmo período de 2013 e 2014.

Ocorrências de trânsito

Patrícia Murussi ressaltou que a PM tem perdido tempo nas constantes ocorrências de trânsito, e que isso resulta em menos rondas nos bairros. Reclamou que a PM gasta em média uma hora e meia para atender cada ocorrência de trânsito e que são registrados em média oito acidentes por dia em Araguaína. “Calcule o tanto de tempo que nossas viaturas estão perdendo por conta de irresponsabilidade de condutores.” Patrícia admitiu que houve aumento nesse tipo de ocorrência, mas enfatizou que a PM não tem como evitar, porque a responsabilidade está na cabeça de cada motorista.

Prisões e apreensões de armas

A comandante também apresentou dados do número de prisões em Araguaína, que subiu 40% só neste primeiro quadrimestre de 2015, se comparado ao mesmo período dos últimos dois anos. Entre janeiro e abril de 2013, a PM prendeu 131 pessoas; 102 em 2014 e 142 em 2015. O lado positivo, é que houve redução de 15% nas ocorrências de diversas naturezas. O número de furtos e roubos caiu em média de 40%.

Por outro lado, houve um aumento de 66% das apreensões de arma de fogo nesse primeiro quadrimestre. No ano de 2013, 13 armas de fogo foram retiradas das ruas de Araguaína. Em 2014 foram 21 e no nesse ano, 35 armas já foram apreendidas.

A fábrica de criminosos

Patrícia Murussi avaliou que só as prisões feitas pela polícia não dão garantias de segurança aos cidadãos. Ela ainda criticou duramente as Leis, por permitir a reincidência dos infratores. “É vergonhoso ver o cidadão durante 26 dias ser autuado três vezes por porte ilegal de arma de fogo,” afirmou ao se referir a um caso real em Araguaína.

Para a comandante, uma vez preso, o criminoso não consegue a ressocialização dentro de uma prisão como o Barra da Grota. Ela foi categórica ao afirmar que unidade “é uma fábrica de criminosos. O cara que entra lá ladrão de galinha, sai a mais. Mente vazia é oficina do diabo. Ou seja, a pessoa fica o dia inteiro parado, só pensando em fugir, fugir, fugir. Aprendendo com o outro e  quando sai vai praticar mais,” criticou.

Finalizou defendendo que apenas repressão não é suficiente. “É preciso investir em educação, na estrutura familiar e incluir a prevenção junto”. 

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