Fernando Almeida

Exibindo faixas e cartazes, centenas de pessoas â?? incluindo empresários, funcionários e entidades â?? percorreram o centro comercial de Araguaína na manhã dessa quarta-feira, 17, em protesto contra a violência na cidade.  De acordo com a PM, aproximadamente mil pessoas participaram da mobilização. A saída se deu na da Praça das Bandeiras, percorreu o centro da cidade, com uma parada na Câmara Municipal e o encerramento se deu com o fechamento da BR 153.

Com o tema “Nosso medo virou indignação. Queremos segurança,” a marcha teve adesão dos profissionais da educação, que estão em greve no Tocantins. Durante o percurso, algumas pessoas fizeram uso da palavra e demonstraram a indignação, pedindo um basta na violência em Araguaína.

Falta de investimento

Ao fazer uso da palavra, o líder religioso Bueno Júnior criticou a falta de investimento do Estado na PM de Araguaína.  “Não aceitamos mais uma polícia militar desestruturada, que não consegue com eficiência desenvolver o seu trabalho por falta de recursos, por falta de viaturas, por falta de contingente. Não aceitamos mais. A nossa cidade está sendo saqueada. Os empresários tendo seus comércios a cada dia sendo saqueados.”

Segurança:direto garantido pela Constituição

 O empresário Gean Sharly lembrou que a segurança pública é um direito de todos os brasileiros assegurado pela Constituição Federal e fez cobranças. “a gente tem medo na hora de chegar em casa, na hora de sair de casa, tem medo de abrir o portão. Tem que ficar se aparelhando, precisa de cerca elétrica, precisa de monitoramento. Tudo isso para segurança pessoal. Só que a segurança tem que ser pública. A segurança pública não tem como a gente comprar ela.  Ela (segurança Pública) é de todos.  Então precisamos mudar isso. Precisamos melhorar. Precisamos segurança para o povo, para todo mundo.” Reivindicou. 

Educação

Em entrevista ao AN, Maister Marcos Sousa ressaltou que o combate à violência se dá por meio do investimento na educação, o que não acontece. “Temos que levar nossas crianças, nossos jovens para o banco da escola e não para o banco dos réus.  A educação é que vai fazer com que possamos transformar a sociedade mais justo e igualitária e menos violência.  O receituário é esse. Os países que evoluíram e que têm menor índice de violência investiram na educação. E nossos governantes  estão na contra mão.”

Interdição da BR 153

A BR 153 ficou interditada por cerca de 20 minutos. Neste período os manifestantes fizeram cobranças e cantaram o Hino Nacional.  O protesto se encerrou com a oração do Pai Nosso.  O presidente da Aciara, Manoel de Assis, avaliou a manifestação como positiva. “Foi extremamente positiva em todos os sentidos. Uma virada de página. E a gente quer de forma democrática conclamar o poder público para que tome as providências necessárias para devolver a segurança para a população de Araguaína,” avaliou.

Apoio da PM

O protesto foi pacífico, nenhum incidente foi registrado e contou com o apoio do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar.  Por outro lado, alguns comerciantes não fecharam as portas e outros apenas no momento em que a multidão passava em frente.