Arnaldo Filho
Portal AF Notícias


Na legislatura passada - de fevereiro de 2011 a dezembro de 2014 - os deputados federais que representaram o Tocantins na Câmara, em Brasília (DF), faltaram 644 vezes, quase o dobro do número de sessões no período. O Estado tem apenas 8 vagas na Casa, mas incluindo os suplentes, 12 parlamentares passaram pelo Congresso durante os quatro anos da última legislatura.

O campeão de faltas foi o deputado Irajá Abreu (PSD), filho da ministra e senadora Kátia Abreu (PMDB). Das 340 sessões nos quatro anos, Irajá falou a 45,9% delas, ou seja, esteve ausente em 156. Isso significa que o parlamentar falou a quase 2 anos consecutivos do mandato.

Em segundo lugar nas faltas aparece o ex-deputado Eduardo Gomes (SD). Das 301 sessões em que deveria estar presente, não compareceu a 44,2% delas, ou seja, 133, o equivalente a quase um ano e meio de mandato.

O deputado César Halum (PRB) e os ex-parlamentares Ângelo Agnolin (PDT) e Junior Coimbra (PMDB) faltaram a quase um ano de sessões deliberativas na Câmara. Os dados são de levantamento da Revista Congresso em Foco.

Brasil

No Brasil, os deputados federais acumularam quase 37 mil faltas na legislatura passada. Dessas, mais de 2,7 mil ficaram sem justificativa. Pelas regras da Câmara, falta justificada não implica desconto no salário nem ameaça o deputado com a perda do mandato.

A Constitui­ção Federal prevê a cassação do parlamentar que faltar a mais de um terço das sessões em que o comparecimento é exigido, sem justificativa.

De fevereiro de 2011 a dezembro de 2014, o calendário registrou aproximadamente 990 dias úteis para o trabalhador brasileiro. No mes­mo período, a presença dos deputados federais foi exigida apenas nos 393 dias em que foram convocadas sessões destinadas a votação. 

Na maioria dos casos, o salário dos políticos nem foi descontado, dife­rentemente do que ocorre com o trabalhador comum, aquele que teve de comparecer mais do dobro de vezes ao serviço.