Arnaldo Filho/AF Notícias

Após 3 anos da chacina que matou quatro pessoas, sendo três de uma mesma família de ciganos, em Araguaína (TO), os acusados serão levados a júri popular nesta quarta-feira (26). O julgamento, aberto ao público, começa às 8 horas no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil.

Estarão no banco dos réus Carlos Alberto Pereira e Cícero Romão Pereira, o suposto mandante e executor, respectivamente, do crime que ocorreu no dia 26 de julho de 2012, no Setor Nova Araguaína. Ambos foram presos em dezembro de 2012 nas cidades paraenses de Dom Eliseu e Novo Repartimento. O irmão de Cícero, conhecido como Zezim, também teria participado do crime, mas ainda se encontra foragido.
O juiz Francisco Vieira Filho conduzirá a sessão de julgamento. Sete jurados vão decidir sobre a condenação ou absolvição. O promotor Paulo Alexandre Rodrigues de Siqueira pedirá a condenação dos acusados por homicídio qualificado.

Cícero Romão Pereira, acusado de ser mandante e executor

XXNa época do crime, dois homens chegaram numa caminhonete prata e começaram a atirar três pessoas que jogavam baralho na residência. Dois morreram no local e o outro conseguiu escapar sem nenhum ferimento. Em seguida, os pistoleiros mataram uma mulher grávida e o seu esposo. A chacina foi para vingar a morte de Maria dos Prazeres, de 72 anos, mãe de Cícero e Zezim.

Matou por engano

Segundo a Policia Civil, o crime foi motivado por vingança, mas a família foi executada por engano. Segundo as investigações, outra família, que também era de ciganos, matou uma idosa em uma cidade do Maranhão, e os seus filhos, que moravam em Dom Eliseu (PA), vieram a Araguaína fazer a vingança, mas executaram as pessoas erradas.

"Eu não mandei matar esses que morreram. Os pistoleiros que vieram mataram enganados. Que me perdoem, eu não mandei matar eles. Eu só queria o Railon e o Paisão", disse Cícero ao ser preso. Cícero ainda inocentou Carlos Alberto. "Ele não deve nada. Está preso inocente", afirmou.

Testemunhas afirmaram que a família alvo dos pistoleiros morava nas proximidades, e fugiu minutos após o crime.  Na época, cerca de 8 pessoas foram conduzidas à Delegacia para prestarem depoimento, inclusive o sobrevivente da chacina.

O crime chocou a população de Araguaína devido a brutalidade. Os autores conseguiram fugir, mas foram presos posteriormente.