Um homem armado com um revólver invadiu a redação do jornal Primeira Página em Palmas, localizado na quadra 206 Sul, por volta das 15 horas desta terça feira (1º). Apontando a arma para a cabeça dos funcionários, o assaltante os trancou nos banheiros na parte de cima da construção, enquanto vasculhava toda a sede da empresa recolhendo os pertences.

Segundo o jornal, ele perguntou por dinheiro, mas encontrou apenas R$ 30,00 em espécie.  O bandido carregou ainda todos os notebooks utilizados no trabalho dos profissionais, além dos seus aparelhos celulares, entre outros equipamentos.

As vítimas ficaram trancadas gritando por socorro, até a chegada de outro funcionário que estava fora da sede do jornal. O funcionário foi até a parte de cima da construção, pediu para os demais permanecerem trancados nos banheiros e desceu, chamando a polícia para averiguar se o bandido ainda permanecia no local e registrar o ocorrido. Após a chegada da polícia, os funcionários foram libertados. A suspeita é que outro bandido estava na rua, dando suporte para o assaltante.

A escalada da violência em Palmas, que tem resultado no aumento do número de assaltos a lojas, comerciantes e empresas em geral, além de residências dos moradores tem assustado a população da capital.

Para o Jornal Primeira Página, a ousadia dos bandidos ao assaltar a redação de conhecido veículo de comunicação, onde eles sabem que não tem mercadorias e produtos de valor, muito menos fluxo de dinheiro em caixa, é muito grande. Mostra como está aumentando a violência, não só em Palmas, como em todo o Tocantins, e que merece a adoção de estratégias por parte das autoridades responsáveis.

Em nota divulgada no site, o Primeira Página afirmou que qualquer violência sofrida por um meio de comunicação deve ser olhada com atenção. O ato pode representar algum tipo de ameaça e retaliação ao veículo e aos seus jornalistas pelo que é publicado.

O jornal Primeira Página afirmou que nos seus 30 anos que serão completados em novembro, tem como marca uma linha editorial independente, tecendo constantemente críticas e denúncias aos poderosos.

Esse não foi o primeiro ato violento ocorrido no jornal. De acordo com o Primeira Página, no ano de 2005, dez anos atrás, num período de publicação de diversas reportagens investigativas, a residência da jornalista Sandra Miranda â??editora geral do Primeira Página â?? em Palmas sofreu um atentado. Um incêndio criminoso foi provocado na despensa da casa dela, o laudo laudo pericial da Polícia Civil comprovou o crime.

Na época, a imprensa local e nacional repercutiu o incêndio. O Jornal contou com o apoio de todas as entidades de proteção à liberdade de imprensa, como a Federação Nacional de Jornalistas – Fenaj; a Associação Brasileira de Imprensa – ABI; a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo – Abraj; Sociedade Interamericana de Imprensa – SIP; a Organização Repórteres sem Fronteiras, entre outras. Até hoje o episódio não foi esclarecido pelas autoridades de segurança no Tocantins.