Fernando Almeida/Araguaína Notícias

Uma investigação da Polícia Federal, que está sob sigilo, apura denúncia da venda ilegal de casas populares em Araguaína.  O esquema, segundo uma delatora, era comandado por servidores da própria Secretaria Municipal de Habitação.

No último dia 19/04, uma assistente social prestou depoimento ao delegado da Polícia Federal Taricísio Júnior Moreira Lima.  A referida servidora foi exonerada em março, juntamente com outros dois, quando a denúncia veio à tona. 

De acordo com a delatora, as casas vendidas estavam entre as 200 unidades  destinadas a moradores de área de risco, com base em laudo da Defesa Civil. Entretanto, apenas 125 famílias atendiam a este critério em Araguaína, restando 75 casas.  

À PF, ela relatou que o ‘esquema’ vendeu ilegalmente 36 casas, pelo valor de R$ 5 mil, cada. O valor era arrecadado por ela em dinheiro vivo, colocando num envelope e entregue a uma superior na secretaria.  Já a escolha de outros 29 beneficiários obedeceu apenas o critério de indicação política.

No depoimento, a ex-servidora disse ainda que os nomes foram aprovados pela Caixa Econômica. Um total de 10 casas ‘ficaram’ sem donos.  Relatou que a ‘prova’ do suposto esquema (CPU de computador e pendrive) desapareceram da secretaria de habitação.  Nestes equipamentos estariam todos os dados. Afirmou ainda que, após vir à tona o esquema, começou a receber ameaças dos compradores das casas.

Explicação da prefeitura

Em nota, a prefeitura afirmou que houve apenas uma tentativa de estelionato por parte dos servidores, mas que não chegou a se concretizar. E que a tentativa foi apenas nas unidades destinadas à área de riso e que não há irregularidade no sorteio das unidades do Minha Casa Minha vida.

Posicionamento da PF

O AN procurou o delegado da PF Taricisio Júnior Moreira Lima. Ele disse que por se tratar de uma investigação que corre em sigilo não poderia dar detalhes para não atrapalhar a devida apuração dos fatos. 

A reportagem não mencionou os nomes de citados, por enquanto, pelo fato de o processo correr em segredo de Justiça e para não atrapalhar o trabalho investigativo da PF.