Marcos Reis*

Hoje, deixo a formalidade dos meus pesados artigos para divagar bem mais levemente, neste dia tão fantástico. Naturalmente, o ar de sensibilidade toma conta do ambiente, todas as vezes que nos referimos a elas: mulheres, mães, amigas, namoradas... Enfim. A verdade é que indiscutivelmente, a mulher causa e impressiona, mesmo nas coisas mais simples e, sem dúvidas, o mundo sem elas já teria entrado em um completo caos.

Fácil identificar a presença feminina em qualquer lugar. A rudeza que se transforma em elegância, com um simples toque, bem sutil, mas que marca. A alegria, muitas vezes até exacerbada, irradia-se por todos os cômodos de uma casa onde ela se faz presente e, de igual modo, a reverência acaba tomando lugar, em total respeito ao “sexo delicado”. E não vamos longe: desde muito pequenos, fomos habituados a conviver com a ideia sacramental da mãe, rainha do lar.

A data então é uma mera redundância à merecida homenagem diária e um reconhecimento de gratidão a tudo quanto elas suportam e passam, quase que 24 horas, e invariavelmente por causa de nós, homens. Se sofrem em um salão de beleza, sob as “chapinhas” e sessões (torturantes) de depilação, não é meramente por uma estética, mas sim para também agradar a algum olhar masculino. Se, na maioria das vezes, por não ter o seu novo penteado, ou os quilinhos a menos, percebidos e, com isso, bufam raivosas ou derramam-se em lágrimas, foi, naturalmente, pela decepção de não receberem a recompensa (simples recompensa), do reconhecimento masculino. Se, em muitos casos, elas se fecham em casulo, silenciosas, taciturnas, como um parque no inverno, naturalmente, falta ao homem assumir a responsabilidade de fazer “primaverar” aquele jardim.

Quantas vezes não ouvimos dizer que o homem é o “cabeça” da família? Sim, pode até ser, mas uma “cabeça” não se guia sozinha se não tiver o seu pescoço, a mulher. Por esta razão, vejo com alegria de alma a ascensão de muitas delas aos cargos tradicionalmente masculinos, enfrentando os desafios que nós homens, por puro despeito, deixaríamos de enfrentar, assumindo responsabilidades que nós, homens, por pura inexperiência de causa, retrocederíamos e, assim, consolidando o seu merecido espaço e reconhecimento.

Dar flores, bombons de chocolate, jantares, um bom vinho, isso é muito bom. Excelente! Mas, não permita, meu amigo, homem, reduzir essa celebração somente a um dia comercial. Leve as flores para o cotidiano, o carinho para a convivência, a emoção até mesmo na hora de lavar os pratos, e tenha consigo uma verdadeira fortaleza, a dispor das forças que nunca, jamais, conheceríamos.

À mulher, meu abraço sincero! Eu as admiro divinamente, razão pela qual orgulho-me de ter nascido de uma e me casado com outra! Feliz 08 de março.  

Perfil

 

Marcos Reis é advogado criminalista, historiador, escritor e professor de Direito Constitucional e Penal. Natural de Belém do Pará, reside em Araguaína-TO, onde exerce a advocacia. Pertence à Academia Paraense de Letras.