Fernando Almeida

Durante campanha, Ronaldo Dimas prometeu até agendamento de consultas por telefone, mas com um ano e oito meses no cargo, sequer abriu a UPA da Vila Norte. Além disso, a falta de repasse à Pro-Saúde provocou a suspensão parcial dos atendimentos na UPA do Araguaína nesta quinta-feira, 28.  A dívida da prefeitura de Araguaína com a entidade já chega a R$ 6,9 milhões.

Durante coletiva no final da tarde desta quarta-feira, 27, representantes da  Pró-Saúde-Associação Beneficente de Assistência Social, responsável pela gerência da UPA do Araguaína Sul e do Hospital Municipal falaram sobre os atrasos no repasse e a suspensão parcial dos atendimentos. 

Atrasos no pagamento

O médico Gustavo de Tarso explicou a decisão da classe médica em suspender alguns serviços.  “Estamos aqui pleiteando algo que é de todo trabalhador, todo cidadão, que é você receber sua remuneração pelos trabalhos que você prestou. E sistematicamente desde 2013 nós não temos recebido essa regularidade do pagamento que vem em datas aleatórias.”

Dívida do município

E o diretor geral da Pró-Saúde, Joaquim Junior, argumentou que o atraso do salário dos médicos é por causa da falta de repasse regular da prefeitura, sendo que a entidade precisa honrar também compromissos com fornecedores. “Tivemos que ter uma escolha, ou pagaria os profissionais médicos ou deixaria a UPA e o Hospital Municipal sem medicamentos.”

Segundo a Pró-Saúde, a dívida do município de Araguaína para com a entidade vem se acumulando desde 2012, primeiro ano da gestão Ronaldo Dimas, e já soma o montante  de  R$ 6,9 milhões. Também já foram encaminhados 19 ofícios de cobrança esse período, mas  a prefeitura nunca deu uma resposta.

Suspensão parcial

Segundo a Pró-Saúde, enquanto não resolver a situação, só serão atendidos os pacientes em situação de urgência e emergência. Já o atendimento a pacientes, que após a triagem, forem  classificados como ficha azul e verde ( sem emergência e urgência) serão mandados de volta para casa.   A suspensão parcial dos serviços serão por tempo indeterminado ou até que a prefeitura de Araguaína honre o contrato para com a Pró-Saúde.

Versão da Prefeitura

A prefeitura de Araguaína minimizou o problema e atribuiu o problema à troca do secretário de Saúde, ocorrida no último dia 19. “(...) houve atraso no repasse contratual com a Pró-Saúde, em decorrência da troca de gestores da pasta,”  alegou, por meio de nota.  Mas pontuou que foi feita “a regularização financeira nesta quarta-feira, 27, junto à terceirizada para que faça o pagamento dos profissionais médicos.”  A Pró- Saúde informou na manhã desta quinta-feira, 28, que recebeu apenas 300 mil dos 6,9 milhões que tem a receber.