Fernando Almeida

Em audiência realizada no Fórum de Araguaína na tarde desta quinta-feira, 18, a Justiça ouviu as testemunhas do assassinato do jovem evangélico Tone Ramos Ferreira Silva, 28 anos. O crime ocorreu em abril de 2012 e família da vítima espera que os culpados sejam punidos com a pena máxima. No entanto, os dois acuados pelo assassinato não prestaram depoimento e uma nova audiência será marcada.

Os dois chegaram ao Fórum em veículos separados sob escolta policial.  Eles foram direto para a sala de audiência, prestar depoimento ao Juiz Kilber Correia Lopes.  Ao todo, 16 testemunhas foram chamadas para depor, sendo apenas duas de defesa.  Já os familiares da vítima usavam camisetas com a foto de Tone e a frase –Saudades eternas.

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A enfermeira Marcela Moreira Leal (28 anos), ex-companheira de Tone,  é  acusada de ser a mandante do assassinato.  Segundo as investigações, ela encomendou o crime e pagou 4 mil reais ao pistoleiro pelo serviço.  O acusado de executar o crime é Rosinaldo Rodrigues da Silva (28 anos ).  Marcela ficou numa sala separada e não foi ouvida pela Justiça.  Já Rosinaldo, apesar de ter ficado na sala de audiência, não foi interrogado. 

Famíla da vítima

Ameças contra o irmão

“Esse é um dos momentos principais e cruciais desse inquérito policial” afirmou irmão da vítima,  Welton Ferreira, em entrevista ao AN. Ele acrescentou “Creio eu que seja um dos momentos piores, porque temos vivido ameaças da parte da (acusada) autora. (...)  Já fui ao Ministério Público denunciar e fiz Boletim de Ocorrência. (..) Esperamos 30 anos de cadeia para os culpados".

Desabafo da mãe

A mãe da vítima, Marieta Ferreira de Sousa, desabafou. “É a coisa mais difícil que já pude enfrentar na minha vida é a ausência do meu filho. Porque eu espero todas as noites, todas as manhãs. Porque essa dor nunca passou e nunca vai passar. Porque um filho não é passado. Um filho é presente. Ele tá presente em todos os momentos das nossas vidas. (...) Ela (ex-nora) tirou ele (filho) do seio da família para tirar a vida dele. Creio que Justiça vai ser feita” declarou.

Versão da defesa

Para Marcos Reis, advogado de Rosinaldo Rodrigues da Silva (acusado de executar o crime), não há como atribuir a autoria do crime ao cliente. “Não existe nenhum vínculo formal, nenhuma testemunha formal. A única prova seria a confissão. Não existe prova nenhuma da vinculação dele com o crime. Não houve apreensão de arma. Pelo que percebo a prova da vinculação dele com o crime é nula.”

Nova audiência

Ao témino da audiência os dois acusados não foram ouvidos. O Ministério Público pediu para que outras testemunhas prestem depoimento.  O Juiz concedeu mais um prazo ao MP e uma nova audiência será marcada, quando a Justiça decidirá se o caso vai ou não a Júri Popular. 

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