Com a proposta de manter viva a história do principal município da região sul do estado, teve início na noite desta segunda-feira, 22, a primeira edição da Primavera dos Museus em Gurupi, a 230 km da capital. O evento, já realizado há oito anos pelo Instituto Brasileiro de Museus em diversas cidades do país, busca desenvolver atividades especiais em torno do tema “Museus, história e memória: preservar para sobreviver”. A programação segue até a próxima quinta-feira, 25.

Representando a secretária de estado da Educação e Cultura, Adriana Aguiar, o diretor de Arte e Cultura da Seduc, Marcelo Lopes, participou da abertura do evento e ressaltou a importância da participação popular no processo de preservação cultural da região. “O povo precisa discutir a própria história e as tradições culturais locais para ter uma identidade, e um evento deste valoriza a cultura gurupiense e do nosso Estado, que é novo, mas com uma história antiga de um povo guerreiro e batalhador. A nossa proposta é incentivar este tipo de iniciativa em todo o Tocantins, valorizando os nossos patrimônios e a nossa história”, destacou.

Para a secretária de Cultura de Gurupi, Zenaide Dias da Costa, a intenção é fazer do evento uma tradição na cidade. “A comunidade de Gurupi está confiante no fazer histórico e cultural daqui. Nós sentimos um engajamento tão forte de todos em relação ao evento que a ideia é que ele volte nos próximos anos para, quem sabe, ele passe a fazer parte da história de Gurupi, uma tradição daqui; o povo tem mostrado muito interesse nisto e é o que vamos tentar fazer acontecer”, disse.

Palestra

A abertura da Primavera dos Museus foi realizada no Museu Histórico Cultural Benjamim Rodrigues com palestra da assessora estadual do Patrimônio Cultural e Cultura Indígena da Seduc, Joana Euda, que falou sobre a importância da memória do povo para o estabelecimento da própria identidade local. “A história de um povo é um processo constante de construção e desconstrução, e isto constitui a identidade deste mesmo povo a partir da conciliação entre o passado e o presente. Se não houvesse uma memória, uma referência, não haveria uma identidade estabelecida. Na Primavera dos Museus, trazemos a necessidade de resgatar esta memória da sociedade e valorizá-la, pois ela é o suporte da nossa sociedade”, explicou.

Ainda segundo a palestrante, é preciso reforçar que os museus e as cidades são espaços de movimento do patrimônio de memória de um povo. “Gurupi é uma cidade histórica e as pessoas daqui precisam se apropriar desta história, conhecê-la com paixão; sem isto, o povo deixa de ter um presente e um futuro, porque a história garante a continuidade do seu povo e precisa ser preservada”, afirmou.

Programação

A Primavera dos Museus promove até a próxima quinta-feira, 25, atividades diversificadas em Gurupi, incluindo exposições, produções artísticas e comercialização de artesanato e obras de autores regionais.

Nesta terça-feira, 23, estão previstas apresentações teatrais de estudantes de Gurupi na Biblioteca Pública Municipal Professora Deusina Martins Ribeiro, das 14 às 17 horas. No mesmo período, serão realizadas visitas guiadas ao Museu Histórico Cultural Benjamim Rodrigues.

Na quarta-feira, 24, será promovida uma “Roda de Escritores” com o tema “Museu, história e memória: preservar para sobreviver”. Participam do debate os escritores Marilde de Almeida Gomes, Roberto José Ribeiro, José Maciel de Brito e Zacarias Martins. O professor do Instituto Federal de Educação, Claudemiro Onassayô, será o moderador do evento, na biblioteca pública da cidade, às 14h.

Encerrando a programação na quinta-feira, 25, a comunidade poderá participar da “Roda de História Oral” sobre o tema “Gurupi ontem: o que você tem para contar?”, além da “Roda de Folia”, com um grupo de foliões locais e convidados da “Roda de Folia da Serra”.