Vânia Guimarães/ Brasília (DF)

Após o fim do sequestro no Hotel Saint Peter nesta segunda-feira, 29, em Brasília (DF), o delegado da Polícia Civil Paulo Henrique Almeida concedeu entrevista à imprensa.  Segundo o delegado, essa foi a negociação mais difícil que já enfrentou e mobilizou PM, PC, PF e até agentes da Abin (Agência Brasileira de Inteligência.)

Explosivos falsos 

Durante sete horas o sequestrador tocantinense Jac Souza dos Santos, de 30 anos, manteve como refém o chefe dos mensageiros do hotel, José Ailton dos Santos, 49 anos.  Ele amarrou um material semelhante a explosivos no corpo da vítima e durante todo o dia ameaçou explodir o prédio caso suas reinvindicações não fossem atendidas. 

Mobilização

A negociação durou cerca de sete horas e toda ação, segundo o delegado, mobilizou mais de 150 homens, entre eles agentes da Polícia Federal e da Abin, integrantes do Ministério da Justiça, além de helicópteros, atiradores de elite e o esquadrão anti-bomba. Neste período, policiais se deslocaram de Brasília até o estado do Tocantins para colher informações junto à família do sequestrador.

Exigências

Apesar de toda a tensão e da repercussão na imprensa nacional e internacional, o desfecho do caso foi feliz. O homem se entregou, antes que suas reinvindicações fossem atendidas. Ele exigia, num prazo de seis horas, a renúncia  da presidente Dilma, a aplicação  da Lei da Ficha Limpa e também a imediata deportação do italiano Cesare Battisti. Porém,  negociou a rendição e a libertação do refém em troca de uma bandeira do Brasil. Ele chegou a deixar cartas de despedidas para a família. Segundo a polícia, a arma utilizada era de brinquedo e o material amarrado no corpo da vitima, como se fossem explosivos, eram canos de PVC cheios de pó de serragem e areia.

Pedido de desculpas

Ao final da ação o delgado Paulo Henrique considerou que o jovem queria apenas visibilidade e explicou que essa foi a negociação mais difícil e longa que já enfrentou. Ainda conforme Paulo, o sequestrador gravou um áudio pedindo desculpas pelos transtornos. “Ele pedia desculpas à polícia, pedia desculpas aos jornalistas, porque ele motivou toda essa ação.”  Foi descartado que sinal feito por ele seria apologia ao Estado Islâmico.

Sobre o sequestrador

Jac Souza dos Santos  nasceu em Arraias e mora em Combinado, ambas no Tocantins. Ele foi Secretário Municipal de Agricultura da cidade entre 2009 a 2012 e disputou eleição para vereador em 2008 pelo Partido Progressista, mas não foi eleito.