Fernando Almeida

Após alimentação suspensa parcialmente, presos de duas unidades penais do Tocantins fizeram rebelião.  Em Araguaína,  no presídio Barra da Grota o motim iniciou no final da tarde de ontem, 25, e na Casa de Prisão Provisória de Palmas (CPPP),  os reeducandos também se rebeleram nesta sexta, 26.

No último dia 24 de dezembro a empresa responsável administração da CPPP e do Barra da Grota,  a Umanizzare,  suspendeu parcialmente a comida no dia 24. A terceirizada alega que o motivo é que o pagamento está atrasado deste o mês de agosto e a dívida acumulada é de 9,5 milhões.

Barra da Grota

A rebelião do Barra da Grota começou ontem por volta das 18h00. Após o banho de sol eles se recusaram a voltar para as celas e  a Polícia Militar foi acionada para reforçar a segurança externa do presídio. Mas a situação foi contornada pelos próprios agentes da empresa que fazem a segurança da unidade penal. Os rebelados eram dos pavilhões B e C, e segundo uma fonte.   Segundo a Umanizzare, os presos estão insatisfeitos pelo corte da alimentação e fizeram o motim.

A assessoria da empresa admitiu  ainda que por volta das 3h da manhã de hoje, (26) houve uma tentativa de fuga, mas os presos foram contidos pelos policiais militares e agentes. Segundo fonte, outra tentativa de fuga ocorreu no dia 24, mas a PM também foi acionada para reforçar a segurança.   Os presos do Barra da Grota também reivindicam que as visitas íntimas sejam todos os dias da semana.

CPP de Palmas

Os cortes na alimentação também causou insatisfação aos detentos do Centro de Prisão Provisória de Palmas − administrado pela Umanizzare.  Segundo admitiu a empresa, em nota explicativa  ao AN,  houve também rebelião na capital nesta sexta-feira, 26,  e os detentos estão se recusando  voltar às celas. “A Polícia Militar junto ao diretor da unidade e Gerente de operações já estão em negociação com os presos para tentar reverter esta situação” afirma nota.

Dívida

Segundo a assessoria da Umanizzare, os cortes parciais na alimentação são em decorrência da dívida do Governo do Estado junto a empresa, que chega ao montante de  R$ 9.589.943,98. A terceirizada condiciona o retorno à prestação total dos serviços somente após o Governo do Tocantins efetuar o pagamento da dívida.

Histórico

Este é o segundo motim que ocorre no Barra da Grota em menos de um mês. Em 27 de novembro, cerca de 280 presos, dos pavilhões  B e C se recusaram a voltar do banho de sol e ficaram amotinados na área externa. Na época um preso ficou ferido e foi encaminhado ao Hospital.  Já a rebelião foi controlada cerca de uma hora e 30 minutos depois.

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