A escola pública de Araguaína (TO) que é destaque todos os anos no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) está com as aulas suspensas por falta de energia elétrica. O fornecimento foi interrompido na manhã da última segunda-feira (23) no Centro de Ensino Médio Paulo Freire, durante o período de aulas, por causa da falta de pagamento da conta de luz. O débito estaria em R$ 9 mil.

Devido a escuridão nas salas de aula, o calor e água quente, os alunos foram liberados logo depois.

O Centro de Ensino Médio Paulo Freire atende quase mil alunos. E, assim como as demais escolas da rede estadual, vem enfrentando dificuldades em honrar os compromissos financeiros desde o ano passado, por falta de regularidade nos repasses do Governo do Estado.

Segundo informações, a escola deveria ter recebido um total de 10 parcelas de R$ 14,3 mil durante o ano de 2014, mas apenas sete foram repassadas pela Secretaria Estadual de Educação (Seduc). A ausência de recursos provocou atrasos nas contas, inclusive o pagamento de fornecedores e prejudicando principalmente o trabalho dos professores.

Fatura será paga

Funcionários do CEM Paulo Freire informaram que o Governo do Estado fez um repasse à escola nesta quinta-feira (26) e que a conta de energia será paga ainda nesta sexta-feira (27).

Devido ao problema, os alunos do turno matutino não tiveram aulas na quinta e nesta sexta. Já os alunos do vespertino passaram toda a semana sem frequentar as aulas. A expectativa é que na segunda-feira (2) esteja tudo normalizado.

Também sem merenda

Quase todas as escolas de Araguaína também iniciaram o ano sem condições de comprar a merenda escolar. O Conselho Estadual de Merenda Escolar está vistoriando as escolas da rede estadual e constatou o problema já desde o ano passado.

No Centro de Ensino Médio Dr. José Aloísio, no setor Coimbra, por exemplo, o lanche não é fornecido aos alunos desde o ano passado. O relatório do conselho aponta que a escola ficou sem oferecer merenda por quase 50 dias no ano passado.

Das 34 escolas estaduais em Araguaína, 21 já foram visitadas pelos fiscais. Na maioria das escolas foi encontrado o mesmo problema. A justificativa dos diretores é sempre a mesa: atrasos nos repasses do Governo do Estado.

Após a conclusão das vistorias, o conselho vai apresentar um relatório ao Ministério Público Estadual para que tome as providências cabíveis.