Fernando Almeida/Araguaína Notícias

Relatório do Conselho Regional de Medicina (CRM-TO), divulgado no último dia 25,  aponta  a existência de um surto de superbactérias  na UTI do  Hospital Geral de Palmas (HGP). Os micro-organismos, KPC (Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase), são resistentes a antibióticos, o contágio ocorre no ambiente hospitalar e em casos de evolução pode levar pacientes à morte.

Precariedade no HGP

A fiscalização ainda constatou a precariedade das instalações do HGP, a falta de profissionais e também a escassez de medicamentos. Somente no dia 18 de março,  48 horas antes da vistoria, seis pessoas morreram no HGP.  "Chama a atenção porque foi no mesmo local. Talvez foi  por isso que quando nós chegamos, a sala vermelha estava num número adequado de pacientes para o número de leitos", disse o vice-presidente  Hélio Maués, ao G1 Tocantins.

Falta de profissionais

Vistoria encontrou ainda pacientes em macas sem colchão. Foto: divulgação/CRM-TO

O relatório também aponta a falta de diretor técnico e 24 medicamentos diversos, entre eles estão a glicose, ampicilina e tramadol. Além do armazenamento irregular de remédios, existe ainda recursos humanos insuficientes para a demanda.  Em relação à falta do diretor técnico no HGP, o vice-presidente do CRM considera indispensável esse profissional para o funcionamento do Hospital.

"O diretor técnico representa o secretário de saúde dentro da unidade. Sendo assim obrigatoriamente ele tem que ser médico. Ele é fundamental porque ele pode avaliar todos os pontos negativos que nós mostramos no nosso relatório. Ele saberia tecnicamente solucionar ou pelo menos tentar selecionar os problemas da unidade de saúde," afirmou Hélio à TV Anhanguera.

Comunicação do problema

Segundo o CRM, o relatório e todos os dados constatados foram encaminhados para as autoridades do Estado, que foram convidadas para apresentação do Relatório. Apesar do convite, Secretaria da Saúde, Ministério Público do Estado e Defensoria Pública não enviaram representantes. Em nota ao G1, a Sesau informou que já tem conhecimento dos problemas encontrados no HGP e que já está tomando as providências necessárias.

A superbactéria

A bactéria KPC (Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase) , a“superbactéria”, foi identificada pela primeira vez nos Estados Unidos, em 2000.

Segundo o site do médio Dráuzio Varella, a  “superbactéria”, foi identificada pela primeira vez nos Estados Unidos, no ano 2000, depois de ter sofrido uma mutação genética e se tornar resistente a múltiplos antibióticos. E  a transmissão ocorre em ambiente hospitalar, através do contato com secreções do paciente infectado, desde que não sejam respeitadas normas básicas de desinfecção e higiene. Ainda segundo o médico, a KPC pode causar pneumonia, infecções sanguíneas, no trato urinário, em feridas cirúrgicas, enfermidades que podem evoluir para um quadro de infecção generalizada, muitas vezes, mortal.