O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocupou neste sábado uma fazenda de cultivo de milho no interior do Rio Grande do Sul em protesto contra a eventual nomeação da senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) para o Ministério da Agricultura, segundo o jornal O Globo.

A indicação da senadora, ligada à Confederação Nacional da Agricultura (CNA), foi repudiada por movimentos sociais e por setores mais à esquerda do partido da presidente Dilma Rousseff, o PT.

No final da manhã de sábado (22), cerca de dois mil jovens do MST e de entidades de camponeses, que participavam de um acampamento internacional de sem-terra em Palmeira das Missões (RS), invadiram a fazenda de um ex-prefeito da cidade, reconhecida pelo cultivo de milho. 

O protesto na propriedade que, segundo o MST, mantém 2 mil hectares de cultivo de milho transgênico, é a primeira manifestação por parte do movimento agrário depois de ter sido divulgada a informação sobre a escolha da senadora como futura ministra da Agricultura no segundo mandato do governo Dilma.

Ruralista, Kátia Abreu é considerada por dirigentes do MST um “símbolo do agronegócio”. “Katia Abreu é símbolo do agronegócio, que tem como lógica a terra para produção de mercadorias, com uso intensivo de agrotóxicos e sementes transgênicas destruindo os recursos naturais e a saúde dos trabalhadores e de toda a população˜, disse Raul Amorim, da coordenação da juventude do MST.

O protesto durou poucas horas e, segundo a Polícia Rodoviária, transcorreu sem conflito e foi acompanhado por viaturas policiais. Os jovens derrubaram uma cerca para entrar na fazenda e, diante da sede, fizeram um discurso contra o agronegócio, a cultura de transgênicos e a indicação da senadora para o governo.

Segundo a organização, a fazenda ocupada foi escolhida pelo uso de sementes transgênicas. O objetivo da ocupação era denunciar o agronegócio que "envenena a terra e contamina a produção dos alimentos e a água”.

No texto de divulgação pelo MST, o protesto foi ironicamente batizado de “Bem-vinda, Kátia Abreu”. Nele ainda, a organização lembra que a ocupação deste sábado na fazenda de Palmeira das Missões é o primeiro de uma série de protestos contra a senadora ruralista.

Ainda não oficializada, a nomeação da senadora não foi bem recebida nem mesmo por setores de seu partido, o PMDB, já que ela ingressou na legenda há pouco tempo, oriunda do PSD. Dentro do PT, principalmente nas alas à esquerda do partido, a possível nomeação também virou alvo de crítica(Com informações do O Globo e Carta Capital)